Skip to content

Protocolos RIP e RIP II

RIP (Routing Information Protocol)

O RIP foi desenvolvido pela Xerox Corporation no inicio dos anos 80 para ser utilizado nas redes Xerox Network Systems (XNS), e, hoje em dia, e’ o protocolo intradominio mais comum, sendo suportado por praticamente todos os fabricantes de roteadores e disponível na grande maioria das versões mais atuais do sistema operacional UNIX.

Um de seus benefícios é a facilidade de configuração. Além disso, seu algoritmo não necessita grande poder de computação e capacidade de memoria em roteadores ou computadores.

O protocolo RIP funciona bem em pequenos ambientes, porem apresenta serias limitações quando utilizado em redes grandes. Ele limita o numero de saltos (hops) entre hosts a 15 (16 é considerado infinito=descartado). Outra deficiência do RIP e’ a lenta convergência, ou seja, leva relativamente muito tempo para que alterações na rede fiquem sendo conhecidas por todos os roteadores. Esta lentidão pode causar loops de roteamento, por causa da falta de sincronia nas informações dos roteadores.

O protocolo RIP é também um grande consumidor de largura de banda, pois, a cada 30 segundos, ele faz um broadcast de sua tabela de roteamento, com informações sobre as redes e sub-redes que alcança.

Por fim, o RIP determina o melhor caminho entre dois pontos, levando em conta somente o numero de saltos (hops) entre eles. Esta técnica ignora outros fatores que fazem diferença nas linhas entre os dois pontos, como: velocidade, utilização das mesmas (trafego) e toda as outras métricas que podem fazer diferença na hora de se determinar o melhor caminho entre dois pontos.[RFC 1058].

Como Funciona

Um roteador com o protocolo RIP habilitado transmite periodicamente uma mensagem de atualização de roteamento, que possui um dado para cada rede que ele pode alcançar, representando o custo de acesso a ela. Os roteadores RIP escutam todas as mensagens de broadcast do protocolo RIP.

Cada dado recebido numa mensagem de atualização de roteamento é incorporado à tabela de roteamento. O roteador que enviou a mensagem de atualização de roteamento é identificado como o próximo roteador (next hop router) na rota para o roteador cuja distância de acesso é representada pelo dado em questão.

Se um roteador for informado da existência de duas rotas de acesso a uma mesma rede, ele mantém na tabela de roteamento apenas o próximo hop e a distância da rota de caminho existentes no caminho até o destino , essa distância está limitada em 15 hops.

Sempre que uma rota é atualizada em consequência de uma mensagem de atualização de roteamento, dispara-se o temporizador. Se não for recebida nenhuma mensagem de atualização da rota dentro de 180 segundos, a rota é considerada inativa em decorrência de uma falha de rede ou nó (métrica) 16 para esse fim), retirada da tabela de roteamento e divulgada (como removida) para os vizinhos por 120 segundos.

  1. São enviadas, a cada 30 segundos, uma mensagem para atualização de TODAS as rotas, para TODOS roteadores.
  2. O RIP usa como distância a contagem dos “hops” , ou seja o número de roteadores existentes no caminho até o destino, essa distância é limitada em 15 hops.
  3. .Se os roteadores não receberem uma mensagem de atualização de uma determinada rota em 180 segundos ela é considerada inativa. É retirada da tabela de roteamento e divulgada (como removida) para os vizinhos por 120 segundos.

O Pacote RIP

Os campos do pacote RIP para IP são:

Command – indica se o pacote é pedido (request) ou resposta (response); o comando pedido solicita ao sistema respondedor que envie toda ou parte de sua tabela de roteamento; o comando de resposta representa o atendimento da solicitação representada pelo pacote pedido, porém pode ser uma resposta não solicitada, apenas para propagar mudanças na tabela de rotas.

Version number – especifica o número da versão do protocolo RIP utilizada. Este pode indicar diferentes versões potencialmente incompatíveis.

Address family identifier (AFI) – especifica a família de endereços utilizada. O protocolo RIP é projetado para conduzir as informações de roteamento a vários protocolos diferentes. Cada entrada contém um identificador da família de endereços, para indicar o tipo de endereço que está sendo especificado. O identificador AFI para IP é o 2. Nota: Até 25 ocorrências do identificador AFI, os campos referentes á medida e ao endereço são permitidos em um mesmo pacote RIP no protocolo RIP (até 25 destinos podem ser listados em um único pacote RIP).

Address – especifica o endereço IP para entrada.

Metric – métrica que especifica o contador de hops (hop count); é o número de hops (saltos) que deverão ser atravessados para chegar ao host destino. Este valor fica entre 1 e 15 para uma rota válida ou 16 para uma rota que não pode ser alcançada.

Como outros protocolos de roteamento, o RIP usa certos temporizadores (timers) para regular sua performance. O routing update timer (temporizador de atualização de rota), normalmente configurado para 30 seg., garante que cada roteador enviará uma cópia completa de sua tabela de rotas a seus vizinhos a cada 30 seg. O route invalid timer (temporizador de rota inválida), normalmente configurado para 90 seg., determina quanto tempo precisa decorrer sem que um roteador receba qualquer informação sobre uma rota antes que a rota seja declarada inválida.

Quando uma rota é declarada inválida, os vizinhos são notificados do fato. Esta notificação tem que ocorrer antes do término do route flush timer (temporizador de descarte da rota), normalmente configurado para 270 seg. Quando este temporizador expira, a rota é removida da tabela.

RIP especifica algumas características para tornar sua operação mais estável face as mudanças rápidas de topologia da rede. Uma dessas características é o limite de contador de hops. Suponha que o Roteador 1 (R1) esteja diretamente conectado à Rede A e o Roteador 2 (R2) tenha hop=1 para a mesma rede. Se cair o enlace de R1 para a Rede A, R1 verifica na sua tabela que R2 tem rota para a Rede A com hop=1 e informa a R2 que sua tabela deve ser alterada para hop=2 e rotea os pacotes para R2. R2 por sua vez altera sua tabela para hop=3 e devolve o pacote para R1. E assim por diante, até atingir o limite de 16.

Cabeçalho RIP

O protocolo RIP mantém uma tabela de rotas com as seguintes informações:

gateway: o endereço IP do gateway para a rede indicada

interface: a interface física que será usada para alcançar o gateway

metric: um número, indicando a distância até a rede destino

timer: o tempo em que esta entrada foi atualizada pela ultima vez

RIP II

Para suprir algumas deficiências do RIP surgiu a especificação RIP versão 2 (RIP2).

Permite que mais informações seja incluídas nos pacotes RIP e provê um simples mecanismo de segurança.

Apesar das vantagens do protocolo RIP II, é recomendado apenas para pequenas redes (algo em torno de 30 roteadores no máximo). A grande vantagem do RIP II é, que por ser um protocolo simples, é implementado pela grande maioria dos roteadores e sistemas operacionais, o que não ocorre com o OSPF.

Características

–Foi distribuído em 1982 junto com BSD Unix (v1).

–Foi padronizado através da RFC 2453 (standard 56 – v2).

–É um protocolo do tipo IGP (Interior Gateway Protocol)

–O RIP II é um aprimoramento do RIP, que inclui máscara de rede nas suas rotas.

–Suporta autenticação de seus pacotes por password, evitando adulteração dos mesmos no trajeto destes pela rede.

–Uso de “IP Multicast” no envio de atualização de rotas.

–Suporte a VLSM e CIDR.

– Tempos de convergência um pouco melhorados.

– Compatibilidade direta com interlocutores RIPV1.

–Algoritmo: Belmann-Ford – Vetor-Distância.

–Limite de hops: 15 (16 = destino inalcançável).

–O administrador da rede pode definir métricas das rotas.

–Cada roteador divulga sua tabela a cada 30 segundos.

–Tempo máximo para atualização da rota: 180 segundos.

–A divulgação é por multicast para os vizinhos.

Configuração RIP II no Cisco

  • Habilitar o roteamento RIP.

#router rip

  • Divulgar uma rede na WAN.

#network <rede-anunciada>

  • Autorizar as atualizações ponto-a-ponto (para redes não broadcast).

#neighbor <ip-do-vizinho>

  • Ajustar os temportizadores do protocolo.

#timers basic <frequência-atualização> <tempo-expiração> <tempo-de-holddown> <tempo-limpezaentradasinvalidas>

  • Desabilitar a validação do endereço IP do roteador origem.

#no validate-update-source