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H.323

O padrão H.323 é parte da família de recomendações ITU-T H.32x, que pertence a série H da ITU-T, e que trata de “Sistemas Audiovisuais e Multimédia”. A recomendação H.323 tem o objetivo de especificar sistemas de comunicação multimídia em redes baseadas em pacotes e que não provêm uma Qualidade de Serviço garantida.

Inicialmente, os serviços de videoconferência começaram a ser realizados através da ISDN ou Rede Digital de Serviços Integrados (RDSI) e dentro deste âmbito o CCITT (posteriormente nomeado ITU-T) elaborou, em 1990, a recomendação H.320 que definia os critérios e especificações para videoconferência neste ambiente. Com a multiplicação das redes locais e o elevado crescimento da internet, o protocolo IP foi se tornando gradativamente um padrão “de fato” de convergência de serviços.

Desta forma, entre 1993 a 1996, foi preparada pelo Grupo de Estudo 15 da ITU-T, e aprovada pela resolução no 1 em 8 de Novembro de 1996, a recomendação H.323.A recomendação H.323 define um arcabouço (guarda-chuva) para a estruturação dos diversos padrões e protocolos para transmissão de vídeo, áudio e dados para aplicações em videoconferência.

O H.323 nasceu então da necessidade de se estabelecer um padrão para a realização de serviços de videoconferência, envolvendo a definição de protocolos, interoperabilidade entre sistemas e criação de um ambiente padronizado para o usuário final.

O padrão H.323 compreende um conjunto de especificações que define várias entidades, protocolos e procedimentos para comunicação multimídia sobre rede de pacotes.

Componentes

Endpoints (Terminais)

Os endpoints constituem uma entidade H.323 que provêm comunicação em tempo real para serviços de multimídia.

Gatekeepers

O padrão H.323 define o gatekeeper, em um serviço multimídia, como um servidor de nível de administração, o qual provê serviços para os endpoints (um endpoint pode ser um terminal, um gateway ou mesmo uma Unidade de Controle multiponto). Os serviços providos pelos gatekeepers compreendem:

  • Resolução de endereços;
  • Controle de admissão;
  • Gerenciamento de banda;
  • Gerenciamento de zona.

 

Gateways

Os gateways constituem endpoints que provêm a translação de protocolos, como por exemplo, a conversão do protocolo H.320 para o protocolo H.323.

Os serviços providos pelos gateways compreendem basicamente:

  • Interoperabilidade entre padrões de áudio/vídeo e redes (H.320/H.323);
  • Conversão de protocolos (procedimentos de comunicação e formatos de transmissão);
  • Conversão de formatos de áudio e vídeo.

 

MCU – Multipoint Control Unit (Unidade de Controle Multiponto)

Uma MCU (Multipoint Control Unit) ou Unidade de Controle Multiponto é um endpoint de uma rede local que provê recursos para que 3 ou mais endpoints participem de uma conexão multiponto. Uma Unidade de Controle Multiponto é formada por duas entidades H.323:

  • MC: Multipoint Controller ou Controladora Multiponto a qual constitui um componente mandatório na MCU e realiza todo o controle de conexões em uma sessão multiponto;
  • MP: Multipoint Processor ou Processador Multiponto, de caráter opcional. O MC tem a finalidade de prover controle para a realização de conferências multiponto em uma rede, enquanto que o MP (Multipoint Processor) tem a finalidade de prover recursos para uma conferência multiponto através do processamento dos fluxos de áudio e vídeo para distribuição aos endpoints.

Protocolos de Sinalização

Estabelecimento da chamada (call setup): ocorre entre 2 ou mais terminais e envolve um ou mais Gatekeeper (É o equipamento responsável pelo gerenciamento de um conjunto de equipamentos dedicados a telefonia IP), para obtenção da informação dos terminais de uma mesma rede (neste caso chamamos de zona) ou de rede (zonas) distintas. Estabelecida a chamada, são criados canais virtuais de controle entre todos equipamentos envolvidos.

Acompanhamento da chamada (call handling): é feito através dos canais de controle no decorrer da chamada para identificar perda de conexão e outros eventos relevantes e dependentes dos serviços adicionais permitidos pelos terminais, quais sejam: atendimento simultâneo, chamada em espera, e etc.

Finalização da chamada (call termination): libera os terminais e outros equipamentos envolvidos, libera os canais de controle e atualiza o status dos terminais junto aos equipamentos da rede.

H.225

Para estabelecer uma conexão ponto-a-ponto entre os dois terminais, são necessárias duas conexões TCP : uma para o call setup e outra para call control.

A primeira conexão TCP é feita pelo usuário A em uma porta bem definida (1720). Esse canal é chamado de canal de sinalização de chamada e transporta mensagens de setup definidas pelo H.225. Ao aceitar a mensagem H.225, o usuário B informa a porta dinâmica que A poderá usar para criar o canal de controle , que carrega as mensagens de controle definidas pelo protocolo H.245.

Uma vez que o canal de controle foi estabelecido, a outra conexão TCP pode ser fechada, pois não é mais necessária. O canal H.245 é utilizado para reportar a capacidade de áudio e de vídeo das partes. É ele que sinaliza para a abertura dos canais lógicos, por onde irão fluir as sessões de RTP. O canal H.245 permanece aberto durante todo o diálogo, sendo que ele também é usado para sinalizar o fim da conferência em questão.

A recomendação H.225 é na verdade a responsável pela estabelecimento da conexão entre dois endpoints H.323 (terminais ou gateway).

a)Se não houver gatekeeper as mensagens H.323 são trocadas diretamente entre os endpoints.

b)Se houver gatekeeper, as mensagens H.225 podem ser trocadas de duas maneiras:

  • Direto
  • Através do Gatekeeper

O método é decidido através do H.225 RAS (Registration, Admission e Status)

H.245

H.245 – (Control Protocol for Multimedia Communication – Protocolo de Controle para Comunicação Multimídia) é o protocolo que fornece os padrões para o controle do transporte da voz entre as chamadas entre os terminais. Esse protocolo é utilizado depois do estabelecimento da chamada.

O H.245 tem a capacidade de se adaptar às mudanças que ocorrem na rede como alterações na disponibilidade da rede ou capacidades dos elementos H.323, através de uma negociação dinâmica que ocorre entre os terminais, afim de estabelecer alguns aspectos da comunicação como formato de imagens e áudio, CODECS e taxa de transmissão.

H.225 (RAS)

Além do procedimento de estabelecimento e encerramento de chamadas, a recomendação H.225.0 define também um mecanismo específico para troca de informações de registro, admissão e estado (Registration, Admission and Status), entre pontos finais e os Gatekeepers.

As funções de RAS definidas na recomendação H.225.0 são as seguintes:

1.Descoberta de Gatekeeper.

2.Registro de pontos finais.

3.Localização de pontos finais.

4.Gerência de banda e notificação de estado.

Ao contrário das mensagens de sinalização, as mensagens RAS são transportadas na rede comutada por pacotes pode meio de um serviço de entrega fim-a-fim não confiável (protocolo UDP).