Rede Telefônica Pública Comutada - RTPC
A rede pública de telefonia comutada ou RPTC (Public switched telephone network ou PSTN) é o termo usado para identificar a rede telefonica de ambito mundial, comutada por circuitos destinada ao serviço telefônico, sendo administrada pelas operadoras de Telecomunicações de serviço telefônico. Inicialmente foi projetada como uma rede de linhas fixas e analógicas, porém atualmente no Brasil é 100% digital e inclui também telefones celulares.
A rede pública de telefonia opera com a comutação por circuitos ao fazer o chaveamento de uma ligação telefonica, e a Internet o seu modo de operação é feito por comutação de pacotes. O uso de comutação por circuitos provê muita qualidade de serviço (QoS) necessária para transmissão da voz pois o circuito é reservado durante toda a ligação, mesmo havendo silêncio, e é liberado apenas quando a chamada é desligada. Esta rede dá suporte restrito para comunicação de dados.
A rede de telefonia pública comutada existe desde o começo do século XX. Um sistema de telefonia fixa é constituído por Centrais de Comutação, ou Centrais Telefonicas, terminais (telefones), rede de cabos de interligação entre os assinantes do serviço de telefonia pública e a central de telefonia do seu bairro e por entroncamentos de transmissão entre as várias centrais telefônicas.
Os padrões da rede pública de telefonia são ditados em sua maior parte pelo ITU-T seguindo o padrão de endereçamento E.163/E.164 conhecidos popularmente como os números dos telefones.
Centrais Telefônicas
As primeiras centrais telefônicas eram manuais e exigiam uma telefonista que realizava a ligação entre os assinantes envolvidos, os quais precisavam dizer para ela quem eram (identificação do assinante lado A) e com quem desejavam falar (identificação do assinante lado B).
Centrais Telefonicas Automáticas
A primeira Central Telefonica automática foi criada em 1891 por Almon B Strowger, na cidade de Kansas, nos Estados Unidos, Strowger, empresário cujo negócio era funerária, tinha um sério problema, pois a esposa do seu concorrente era a própria telefonista do único sistema, e manual, de comutação telefônico da cidade. Claro, que no caso de um pedido para se falar com uma funerária, somente a do marido dela seria chamada.
Para se livrar desta desleal concorrência, Strowger inventou um componente eletro-mecânico que entendia comandos elétricos, chamado comutador Strowger, conseguindo em 1891 construir a primeira central telefônica automática do mundo, dispensando assim a telefonista.
Em 1929 foi inaugurada a primeira estação automática no Rio de Janeiro. A partir daí foi dispensando o trabalho das Telefonistas das operadoras. Esta central foi instalada na Rua Alexandre Mackenzie 69, bem no centro da cidade do Rio de Janeiro.
Atualmente todas as centrais em operação no Brasil são digitais do tipo CPA – Central de Programa Armazenado. Possuem a seguinte hierarquia:
–TRÂNSITO
–TANDEM
–LOCAL
Centrais Trânsito
São centrais telefônicas responsáveis por escoar todo tráfego telefônico das ligações de Longa distância (LDN e LDI) de uma determinada operadora de Telecomunicações.
Toda ligação telefônica que iniciar por zero é identificada como ligação de LDN e com dois zeros consecutivos como LDI, sendo comutadas diretamente para essas centrais.
Elas podem ser denominadas de Centrais Trânsito Interurbana, são utilizadas para fazer a comutação do tráfego entre regiões:
- dentro de um mesmo Estado (intra-estadual);
- entre Estados (interestadual);
- ou dentro de uma região de uma operadora.
Centrais Tandem
São centrais telefônicas responsáveis por concentrar diversas centrais locais, através de entroncamentos feitos geralmente por fibra ótica ou rádio. Quando um usuário de um determinado município ligar para uma central de um outro bairro, a comutação é realizada pela central TANDEM.
Em uma cidade podemos ter uma ou várias Centrais Locais. Em uma região metropolitana pode ser necessário o uso de uma Central Tandem que está conectada apenas a outras centrais, para otimizar o encaminhamento do tráfego. As centrais denominadas Mistas possuem a função local e a função Tandem simultaneamente.
Estas centrais telefônicas locais estão também interligadas a Centrais Locais de outras cidades, estados ou países através de centrais de comutação intermediarias denominadas de Centrais Trânsito. As Centrais Trânsito são organizadas hierarquicamente conforme sua área de abrangência sendo as Centrais Trânsito Internacionais as de mais alta hierarquia. É possível desta forma conectar um assinante com outro em qualquer parte do mundo. As linhas telefônicas dos vários assinantes chegam às centrais telefônicas e são conectadas entre si quando um assinante (A) deseja falar com outro assinante (B). Convencionou-se chamar de A o assinante que origina a chamada e de B aquele que recebe a chamada. Comutação é o termo usado para indicar a conexão entre assinantes. Daí o termo Central de Comutação (“switch”).
Para permitir que assinantes ligados a uma Central Local falem com os assinantes ligados a outra Central Local são estabelecidas conexões entre as duas centrais, conhecidas como circuitos troncos. No Brasil um circuito tronco utiliza geralmente o padrão internacional da UIT para canalização digital sendo igual a 2 Mbps ou 1 E1.
Centrais do tipo Tandem
São as Centrais que tem por função interligar as Centrais Locais. São utilizadas para reduzir a quantidade de cabos troncos necessários entre as diversas centrais locais existentes dentro de uma cidade por exemplo. Comuta o tráfego entre as centrais do tipo Local da mesma localidade (entroncamento local), possibilitando assim que assinantes de uma determinada Central Local possam se comunicar com assinantes de qualquer outra.
Fonte: Teleco
Centrais Locais
Centrais do tipo Local
São aquelas centrais nas quais os assinantes estão cadastrados e ligados fisicamente. As Centrais locais são responsáveis pela comutação dos usuários. Na Central local típica podemos ter de 30.000 a 150.000 assinantes. A central local pode estar distribuída por bairro ou através de agrupamentos de vários bairros pequenos.
As centrais locais são responsáveis por concentrar todos os serviços que são disponibilizados para os clientes de uma determinada operadora. Como por exemplo:
- Telefone de Uso Público TUP – Orelhão
- Telefones comerciais e residenciais (linhas analógicas, acessos E1 ou ISDN)
- Acesso Internet (linhas discadas e ADSL)
- Redes de Comunicação de Dados (X.25, Frame Relay, MPLS, etc.)
- CPA – Central de Programa Armazenado.
- TUP – Telefone de Uso Público.
- PABX – Public Automatic Branch eXchange.
Rede de Telefonia
As redes de telecomunicações são ambientes complexos que envolvem vários equipamentos, meios de transmissão, protocolos, tecnologias, padrões etc. Estas redes podem ser classificadas de diferentes formas de acordo com o enfoque:
–Rede Telefônica Pública
- Redes de Transporte.
- Rede de Acesso.
–Rede Telefônica Privada
- PABX Analógico.
- PABX Digital.
Algumas Classificações para Redes de Telecomunicações
Quanto aos serviços
As redes de telecomunicações podem ser classificadas como:
- Redes de Telefonia Fixa
- Redes de Telefonia Móvel
- Redes de Dados
- Redes Multiserviços (integram serviços de voz, dados e imagem).
Quanto a Finalidade:
Qualquer tipo de rede – seja ela local, de longa distância, de telefonia fixa, de telefonia móvel, determinística ou estatística é composta de 2 partes:
- Rede de acesso
- Rede de transporte
Quanto a abrangência:
- Redes Locais (LAN): Redes localizadas em áreas relativamente pequenas.
- Redes Metropolitanas(MAN): Cobertura de área metropolitana – De 40 a 80 Km.
- Redes de Longa Distância (WAN): Redes de longo alcance (até mundial) – conceito aplicado tipicamente às redes de dados.
Quanto a forma de utilização da Rede
- Redes Determinísticas: A Rede é dedicada, exclusiva para utilização de determinado cliente.
- Redes Estatísticas: A Rede é compartilhada por vários clientes.
Rede de Transporte
É a rede que forma o backbone da operadora, é responsável por transportar voz e dados entre as regionais da empresa, é composta pelos seguintes equipamentos:
–centrais telefônicas Comutadores e Roteadores.
– meios de transmissão: cabos metálicos/ cabos ópticos/ sistemas de rádios.
– protocolos de comunicação.
Nesta rede se encontra os equipamentos dedicados a conduzir os sinais elétricos / ou ópticos entre centrais, via os cabos troncos (entroncamento), seja dentro da rede local, interurbana ou internacional.
É nesta Rede que encontramos os equipamentos dedicados a conduzir os sinais entre centrais, via os cabos troncos (entroncamento), seja dentro da rede local, interurbana ou internacional.
Os sinais podem ser transmitidos por diferentes meios de condução que podem ser classificados em:
–meios de condução: os meios de condução englobam as várias formas de transmissão via cabos, tais como: pares trançados, cabos coaxiais, cabos submarinos e fibras ópticas; Podem ter dois tipos de impulsos:
– Impulsos elétricos são transmitidos por dentro de cabos metálicos
– Impulsos de luz são transmitidos por dentro de fibras ópticas.
– meios de irradiação: os meios de irradiação compreendem as transmissões por radiodifusão, micro-ondas e transmissão por satélite.
– As tecnologias digitais utilizadas nesta etapa do transporte dos sinais são:
– PDH – Multiplexação por Hierarquia Digital Plesiócrona, e
– SDH – Multiplexação por Hierarquia Digital Síncrona
Rede de Acesso
Na parte de acesso se encontram todos os equipamentos e cabos que interligam os assinantes até as centrais telefônicas, ou seja:
- Estágios de Linhas Remotos (ELR’s) – são equipamentos pertencentes à central telefônica que são estendidos e levados o mais próximo possível de agrupamentos de 1.000 a 6.000 assinantes, dependendo do fabricante do equipamento. Estes equipamentos são comumente acondicionados dentro de armários especiais, blindados e instalados diretamente nas ruas. As linhas dos assinantes são ligadas das suas casas até estes ELR´s, através de cabeamento via postes e túneis, passando por “ caixas de passagens” do tipo primárias e secundárias. Dos ELR’s os sinais das conversações dos assinantes são transmitidas até a Central Pública, instalada fisicamente em algum ponto estratégico da rede, para então serem comutados aos destinos especificados.
- Rede de acesso Primário e Secundário (com fios metálicos)
- Acessos Digitais E1 e ISDN (Rede de Digital de Serviços Integrados)
- Acessos ADSL
A Rede de Acesso é responsável pela conexão entre os assinantes e as centrais telefônicas.
As Redes de Acesso são normalmente construídas utilizando cabos de fios metálicos em que um par é dedicado a cada assinante. Este par, juntamente com os recursos da central dedicados ao assinante é conhecido como acesso ou linha telefônica. A linha telefônica também pode ser provisionada sem fio, através de rádios.
A Anatel acompanha a capacidade de atendimento das Operadoras de Telecomunicações através do número de acessos instalados, definido simplesmente como o número de acessos, inclusive os destinados ao uso coletivo, que se encontram em serviço ou dispõem de todas as facilidades necessárias para entrar em serviço.
Os acessos do tipo Wireline (Par Trançado) e Wireless (WLL – Wireless Local Loop) são necessários, conforme os recursos disponíveis, permitindo que o assinante tenha acesso ao serviço telefônico. No acesso com par trançado uma linha física interliga a casa do assinante até a central telefônica. No acesso WLL uma antena FAU – Fixed Access Unit é instalada na casa do cliente, sendo responsável por fazer a conexão, via rádio, até a ERB – Estação Rádio Base, mais próxima de sua casa. A ERB está interligada com as Centrais Telefônicas.
Rede de acesso primária e secundária
Rede Primária
É a parte que vai da Central Telefônica até o armário de distribuição.
Rede Secundária
É a parte que vai do armário de distribuição até as instalações dos clientes. Esta classificação é utilizada principalmente para as redes com fios.